segunda-feira, 30 de maio de 2016

NOSSA TERRA NOSSA GENTE - PARTE 3


Caminho dos Tropeiros:

    Lenta e candenciadamente ia a tropa pelos Caminhos Do Paraná. O percurso era longo iniciando - se em viamão no rio Grande do Sul, direção a São Paulo.
   A cada pouso as cidades floreciam como contas de um colar. A caminhada era favorecida pela topografia e baixa vegetação, característica da formação arenistica Furna.
     Assim surgiam no Paraná, Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Ponto Amazônas, Palmeira, Ponta Grossa, Castro, Piraí do Sul, Jaguaraíva, Sengos...
      Nas bruacas sustentadas pela congada das mulas, acomodavam - se o charque, as panelas, a chocolateria...No coração a lembrança da Terra distante, e na índole o espírito de aventura, preenchida pelo som dos berrantes.

       Assim foi o Tropeirismo, um econômico acontecido nos séculos VXIII e XIX e que marcou profundamente a história e a tradição e os costumes do homem PARANAENSE.



A Rota



      Originalmente, a rota dos tropeiros foi um importante corredor aonde circulavam bravos homens levando riquezas e desenvolvimento a locais distantes.
       Esse movimento perdurou desde o início do séc XVIII até por volta do ano de 1930, quando a modernidade passou a decretar o fim deste ciclo. Hoje redescoberta, a Rota dos Tropeiros nos propicia uma série de outras riquezas: conhecimento, cultura, história,  aventura e encantamento.
         A partir do declínio da exploração das minas no Peru com o conseqüente abandono de grande quantidade de mulas nos criadouros do território de Missiones e, juntamente com os primeiros aventureiros e ocupantes do sul que trouxeram o gado vacum, em 1730 tem início um processo sistemático e continuado de comercialização desses animais. Nasce assim o tropeirismo no Brasil. 
         A cada 40 quilômetros em média, as tropas paravam para o repouso merecido, após uma longa e difícil jornada. Inicialmente as paradas se davam sob as árvores ou as margens de rios, ao relento. A preparação do acampamento ou do poso era trabalhosa e todos participavam tirando os sacos, as bruacas, cangalhas e arreios das mulas. As camas eram os “apeiros”, feitos com ramas de árvores sob as quais eram colocados os pelegos.

A base da comida tropeira eram o feijão, o arroz e a carne salgada desfiada. Todos se reuniam para comer a “bóia” e esperar a noite para descansar junto ao fogo, tomando o café tropeiro, contando os “causos”, procurando se acomodar para o merecido descanso. (GUIMARÃES, 2003). Criou-se uma nova língua de entendimento, novos hábitos de alimentação, de vestir, de musicalidade, de religiosidade, práticas de medicina, organização social como conquistas que mudaram o Brasil.
No território paranaense encontravam condições privilegiadas com campos propícios para pastagem e assim estacionando as tropas por até seis meses, quando então prosseguiam rumo ao seu destino final e em razão desta atividade este caminho ficou conhecido como Caminho das Tropas, Caminho Viamão, Estrada Real, Estrada do Sul ou ainda Estrada da Mata. Esse movimento perdurou desde o início do séc XVIII até por volta do ano de 1930, quando a modernidade passou a decretar o fim deste ciclo.
          A Rota dos Tropeiros, no Paraná, composta por 16 municípios - Rio Negro, Campo do Tenente, Lapa, Porto Amazonas, Balsa Nova, Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Carambeí, Castro, Tibagi, Telêmaco Borba, Piraí do Sul, Arapoti, Jaguariaíva e Sengés. Os municípios têm em comum a cultura deixada pelo tropeirismo e oferecem aos turistas a oportunidade de conhecer belas paisagens, gastronomia regional, história e cultura riquíssimas, artesanato diferenciado, lugares pitorescos e ainda opções de prática de esportes de aventura, como o rafting.
         Os Campos Gerais sempre tiveram dois pontos relevantes no Turismo do Paraná: Vila Velha e o Canyon Guartelá. E com a rota a história dos tropeiros agrega valores à beleza cênica natural dos Campos Gerais.

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